terça-feira, 28 de setembro de 2010

João 21:15

E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro:
Simão, filho de João, você me ama mais do que estes?
Disse ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
Disse Jesus: Cuide dos meus cordeiros.
Novamente Jesus disse: Simão, filho de João, você me ama?
Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo.
Disse Jesus: Pastoreie as minhas ovelhas.
Disse-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, você me ama?
 Pedro entristeceu-se por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez:
Você me ama?
E disse-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo.
Disse-lhe Jesus : Cuide as minhas ovelhas.

A melhor e mais verdadeira forma de demonstrar amor por Deus
 é transformando-o em ações.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Deus vem...

Quando tudo parece perdido eu penso em Deus…
Quando eu acho que não vou agüentar,
Deus pensa em mim…
E, quando Ele pensa em mim,
Meu sorriso se abre como num milagre.
O vento parece soprar mais forte,
Como se estivesse a me beijar.
O Sol se irradia mais deslumbrantemente.
O tempo pára e me espera,
Para que eu não perca tempo.
A minha boca entoa louvores
E os meus pensamentos desaparecem.
Fica um silêncio, uma paz, uma tranqüilidade…
É nesse momento que eu sei que é Deus que está comigo…
Que eu O encontro dentro de mim mesma,
Que eu me sinto mais amada,
Que eu quero mais da vida…
Só Deus sabe de mim…
Vem e me usa, Senhor!
Faz o Teu querer em mim,
Afasta de mim o que quer me calar
E cala em mim o que não vem de Ti.
Quando eu pensei que não ia mais conseguir me levantar,
Eu clamei a Ti…
Quando o Senhor percebeu que eu não queria mais tentar,
Tu chamaste a mim
E fez a minha boca, com louvores, te servir.

Canção do Sonho Acabado

Já tive a rosa do amor
- rubra rosa, sem pudor.
Cobicei, cheirei, colhi.
Mas ela despetalou
E outra igual, nunca mais vi.
Já vivi mil aventuras,
Me embriaguei de alegria!
Mas os risos da ventura,
No limiar da loucura,
Se tornaram fantasia…
Já almejei felicidade,
Mãos dadas, fraternidade,
Um ideal sem fronteiras
- utopia! Voou ligeira,
Nas asas da liberdade.
Desejei viver. Demais!
Segurar a juventude,
Prender o tempo na mão,
Plantar o lírio da paz!
Mas nem mesmo isto eu pude:
Tentei, porém nada fiz…
Muito, da vida, eu já quis.
Já quis… mas não quero mais…

Helenita Scherma

Meu cotidiano

Meu cotidiano,
Acabei sem tomar café
Amanheci só
Amanheci triste e com vontade de amar
Mas, quando abri os olhos,
A realidade foi mais forte que o o Sol que entrava pela janela
espetando os meus olhos...
Então me levantei e respirei o ar de mais um dia intragável
Eu poderia nem me levantar
Poderia deitar para sempre
Pois, voltei a ter meus desejos
Só que, como sempre,
Torná-los reais é tão difícil!
Não sei qual o meu destino,
Sei que me sinto sempre muito só
E essa solidão é muito ruim,
É irritante, agressiva, insuportável,
E, cada dia que passa,
Essa solidão que faz pesar o meu corpo
Também me sufoca
Também me põe contra a parede
E me faz querer gritar...
Na verdade, quero fazer muito mais que isso...
Mas é justamente para isso que me falta coragem.
Falta coragem até para rir,
Até para chorar me falta coragem,
Menos para escrever,
Menos para me lastimar
E sentir toda a tristeza em meu coração.
Aquela tristeza que espreme meu peito até eu sufocar,
Sem ar e fica impossibilitada de me mexer.
Hoje eu acabei sem tomar café,
Porque não tinha coragem nem de abrir a boca.

Germana Facundo

terça-feira, 21 de setembro de 2010

I believe I can fly

        Eu pensava que eu não pudesse continuar,
   A vida era nada mais que uma canção horrível.
Mas agora eu sei o significado do verdadeiro amor.
                 Eu estou me apoiando nos braços perpétuos.
                                                                  Se eu posso ver isto,
                                                              Então eu posso fazer isto.
                                                   Se eu simplesmente acredito nisto,
                                                                  Não há nada que impeça isto.
                                                        Eu acredito que eu posso voar...
                                           Eu acredito que eu posso tocar o céu.
                                        Eu penso nisso todas as noites e dias,
                                                          Abro minhas asas e voô.
                                       Eu acredito que eu posso planar.
       Eu me vejo transpassando aquela porta aberta.
                                 E acredito que eu posso voar...
Veja eu estava triste à beira de um rompimento.
         Um tempo em silêncio, pode parecer tão alto.
                               Há milagres em vida eu devo ativar,
                       Mas primeiro eu sei começa dentro de mim.
                                                             Se eu posso ver, ver isto,
                                                                   Então eu posso ser isto.
                                                  Se eu simplesmente acreditar nisto.
                                                    Eu acredito que eu posso voar...
                                     Eu acredito que eu posso tocar o céu.
                                 Eu penso nisso todas as noites e dias.
                                                   Abro minhas asas e voô
                               Eu acredito que eu posso planar.

Eu me vejo transpassando aquela porta aberta.
                                          Eu acredito que eu posso voar!

sábado, 18 de setembro de 2010

... eu sou desdobrável

Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.


Adélia Prado

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Beleza que faz a vida irresistível

O belo se esconde no evidente. Imiscui-se por toda a parte. Ora claro, ora escuro, tinge a textura do cotidiano. Muitas vezes camuflado no óbvio, pega o coração de surpresa. Olhos displicentes correm o risco de não captar toda a formosura que permeia a vida.
Um coração desolado não vê o inefável porque basta um instante, um hiato, um risco no céu, para sumir o que pode encher a vida de viço. Sempre alguma lindeza esquecida espera ser descoberta no fundo do pântano, na escarpa da rocha, no rosto crispado da viúva, no riso frouxo do adolescente.

Em cada alvorada renasce um anseio renovado pelo belo. O orvalho aguça o desejo de alimentar a alma com os diferentes matizes da mata. Quando o dia se alonga, temos fome; uma fome pelo eterno. E a noite traz a bruma leve do Espírito que faz do descanso o tempo dos sonhos.

De repente, sempre de repente, no dia-a-dia, está um anelo pela nuança da poesia; nuança que transfigura as letras em recado divino. O corpo pede melodia para deixar o coração estranhamente sereno; e da calma, vem a excitação que converte o lamento em vontade de pular de alegria. Existe, sim, uma beleza que torna a vida irresistível.

O belo está sempre por perto e tem poder. Fascinante, inspira o poeta. Trasforma o leigo em criador fecundo, incorpora contentamento no triste, sensibiliza o bruto,muda o apático em trovador, leva o tosco a bailar em ritmos imponderáveis e sensibiliza o cético para que perceba a eternidade na realidade crua.

O belo é divino.

Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim
http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/